quarta-feira, 17 de abril de 2013

Oscilações e Cantada da Sil


OSCILAÇÕES, 2º livro da poeta Sil, traz sonetos, versos livres, poemas-instalações, haicais, alguns minicontos e desenhos da autora que é formada em Programação visual, pela UFRJ e, também, trabalha como animadora cultural. O livro será lançado em 25/04/2013 no evento ENCONTROS DE POETAS & AFINS, organizado por Moduan Matus e Sil, no Botequim Estação Floresta, em Nova Iguaçu/RJ.



CANTADA
                         (Sil)

Provoco minha vítima
Entre olhares e sorrisos


Procuro uma rima
N’alguns versos imprecisos


E depois lhe ofereço
Meu amor e meu apreço

Numas mal traçadas linhas,
-Na sua casa, ou na minha?



segunda-feira, 15 de abril de 2013

EDEN / JAMES (Arnoldo Pimentel)



EDEN

Tenho amigos que viveram entre sem tetos.
Sei que aprenderam e ensinaram,
E o quanto ainda ensinam e fazem sorrir.

Houve um tempo
Em que a minha janta era sopa de legumes,
Eu almoçava e jantava sopa de legumes.
Todos os dias, durante quatro anos seguidos, foram assim.

Nem por isso eu deixei de gostar de sopa ou de legumes.
Nem por isso eu me sentia menor.
Sei que dali tirei muito coisa boa que até hoje existe em mim.

Numa noite eu queria ver,
As 2:30 da madrugada, o que existia
Ao Leste do Eden.
Trabalhei até as 2:00 da madrugada

Mas consegui ver o que existia
Ao Leste do Eden.
Acho que  James nasceu ali.

Arnoldo Pimentel

JAMES

Olho ao meu redor
Para ver quem eu sou e me encontrar
As árvores estão na paisagem
Com os galhos virados para o infinito
Assim como minhas mãos e meu coração
Em busca das benções de Deus
O rio percorre o leito estreito
No âmago do canyon
Para encontrar a liberdade a céu aberto na pradaria
Olho no meu interior
E vejo as pessoas que eu amo
E as pessoas que me amam
E vejo seus corações
Onde sempre estarei

Arnoldo Pimentel

domingo, 7 de abril de 2013

DANIEL NA COVA DOS LEÕES


Os quartos são pequenos
Não têm espaço pra quase nada.
O olhar que estava na janela
Nunca mais apareceu e nunca foi embora.

Com binóculos dava pra ver o Cristo
E ler Suas Palavras,
Mas não dava para ver o futuro
Porque o ônibus não parava na esquina

E do outro lado do rio os prédios são cinza,
As pessoas são vultos,
E as flores são artificiais.

Tem um farol que se esconde atrás das nuvens
Sempre que alguém chega à beira da praia
E olha o lago.

Arnoldo Pimentel