Extrapolam a pele
Exprimem-se em redes densas
Figuram e transfiguram
Solidificam e se desmancham
Compreendem toda a essência
Da existência,
Da sapiência´
Dos gritos e dos silêncios.
Mulheres
Trazidas ao mundo
Pra clarear horizontes
Pra injetar luz
A um ser que só tinha
Membros, tronco e um falo.
Jorge Medeiros
(29\03\2013)
sábado, 30 de março de 2013
OS QUE VÃO MORRER TE SAÚDAM
Remoção...
Remoção...
Balas de borracha, spray de pimenta,
Gás e porrada
No cidadão.
Arnoldo Pimentel
segunda-feira, 11 de março de 2013
VOCÊ DEVERIA SENTIR-SE FELIZ POR ESTAR NA CASA DO SENHOR
Você
deveria sentir-se feliz
Por estar na casa do Senhor
Você olha as janelas, os vitrais
A neblina e vê
As árvores que se movem ao som do vento
Você vê que
As lágrimas brotam no sol
Por estar na casa do Senhor
Você olha as janelas, os vitrais
A neblina e vê
As árvores que se movem ao som do vento
Você vê que
As lágrimas brotam no sol
E secam
ao toque da fonte,
Semeiam
sonhos que evaporam
E somem
no horizonte
Ao redor
da pirâmide
As
línguas não se encontram
A nave
promete levar
Ao
planeta que fica mais longe
A
esperança nem sempre alcança o destino
Muitas
vezes por esperar
Ir além de onde pode chegar
Arnoldo
Pimentel
domingo, 3 de março de 2013
LINHAS
Eu saio pelo portão
Fico na beira do caminho e ninguém vê
Do outro lado tem um córrego
Onde os peixes brincam
De construir um lar
Eu sei que o caminho do portão
Até o córrego tem árvores
E as sombras estão ali
Para que eu possa descansar
O corte está no meu corpo
E nada poderá tirar
É uma marca que ficará para sempre
E não importa mais
Porque a rodoviária fica bem perto
E todo hora sai um ônibus para o oeste
Já li tantos livros
E vi tantos filmes
Por isso sei quer Dardo tem seu lado da floresta
E ali os pássaros são livres
Eu chego perto da janela
E ela está fechada
Nunca está aberta
Mas olho pela vidraça
E vejo que do outro lado
Tem um Van Gogh
Um Van Gogh
E eu sei que por mais que eu queira
Por mais que eu queira
Eu nunca estarei ali
No fundo
O arqueiro é encoberto pela fumaça
E a liberdade não existe em nenhum lugar
Nem em Vênus
E só ler Nuvens
Ou ler as palavras
Do Livro que há séculos está em todos os bancos de
madeira
O dia passa
E a noite vem
Por mais que a moto
Percorra a estrada beirando o muro
Da linha do trem.
Arnoldo Pimentel
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