segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Palavra Poesia

Ainda vejo com surpresa
o exercício mirabolante e encantador
que os escritores fazem com as palavras
são afortunadas,
são selvagens,
são idólatras
chegam a cuspir e a escarrar
carmim ao chão
e dançam freneticamente
num vendaval
galopeiam territórios
elas são irascíveis
elas são suaves
elas são contestadoras
são vocábulos mágicos
elas são altivas
delicadas e com perfume
de flor e de estrume.
Ah!...esses detentores
dos domínios de verbetes dicionarizados
são tão lúcidos, tão fortes e dominantes.
... e eu ouso, com a insensatez
das sílabas, de pronomes
fazendo uso atrevidamente
de letras que se juntam
como que com preguiça
como que adormecida
numa rede qualquer
como surgida da terra molhada
como palavra germinada de um órgão
de um membro, que talvez inumano
                                      quiçá divino,
vem trazer emoção
ao peito de um menino.

                                      JORGE MEDEIROS


domingo, 25 de novembro de 2012

Poeminha Adoçante

a des-performance des-poemada-Sarau em Petropolis-Rj

o LH o

a situação ''tava tão danada e amargurada
pru lado desse camarada
que na tentativa de adoçar a sua vida
ela pingava 
e respingava
adoçante nos o LH o S.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

GODZILLA DESENHA TORRES NO LADO DE FORA DA JANELA EM NOITES DE CHUVA



Há tempos
Eu vi uma estrela cadente entre as nuvens
Pedi,
Pedi, pedi
E nada

Já se passaram
Tantos dias
E a noite nunca chega ao fim

Quando era criança
Assisti Godzilla, em preto e branco, no cinema,
Ali na Praça da Liberdade
E até hoje tenho medo de dormir

Arnoldo Pimentel

domingo, 11 de novembro de 2012

O restinho do feijão tropeiro que comi em poemas.

ás vezes não dá né,
não alimento meu estômago
mas sempre alimento o meu pensamento.
é fato que faço meu feijão tropeiro cerebral
com lascas de perseverança e lascas de toucinho...
almoço minhas idéias
e mineiroso sigo o meu caminho.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Apresentação dos poetas e das poesias da Edição 11 do zine




Nesta edição da Gambiarra Profana o tempo corre como nunca ousou pensar em correr. E alguns de nós mesmo que um pouco acima do peso o acompanhamos em sua maratona.
Seguimos o tempo na estrada traçada pela Sil e nos surpreendemos com o todo poderoso na lanchonete expressa do Arnoldo Pimentel postando caras e bocas do Vagner Vieira registradas no mês passado pelo Sergio-SalleS-oigerS na oficina eletroeletrônica do Jeferson Gomes do Nascimento onde Fabiano Soares da Silva manuseia a micro literatura aérea de César Ray tão monocromática quanto a de Lu Cavichioli e não menos eventual que a de Moduan Matus ao esbarrar no enfeite de Rosilene Ramos que caminha pela madrugada de Jr. Junior sob a iluminação laica de Cristiano Marcell passada pelo Jorge Medeiros no lampejo da Gisele Andrade que tem a mesma opção de Sérgio Bernardo e dos parasitas acionistas de Vinicius Siqueira que se esquecem de lembrar. E quando se lembram já é tarde. Surpreendentemente o tempo corre. E como o todo poderoso ao nos darmos conta disso. Já não há o que olhar.

Sobre o zine
Arte da capa: Sil.
Seleção de poesias: Arnoldo Pimentel e Sergio-SalleS-oigerS.
Revisão: Rosilene Ramos e Fabiano Soares da Silva.

Sobre vídeo
Edição: Lenne Butterfly e Sergio-SalleS-oigerS.
Música: "Encanto" de Lenne Butterfly e Sergio-SalleS-oigerS.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

CLT MENTAL



ALEGANDO MÁS CONDIÇÕES DE TRABALHO
 
AS LETRAS 
 
e
R 
PEDIRAM DEMISSÃO DA PALAVRA DOR

E MANDARAM OS CURRICULUMS PARA MONTANHOSA 
PALAVRA  
 AMOR;

domingo, 4 de novembro de 2012

Platônico

O que nos une
um só sentimento
recíproco
ou uno?
De um lado só
De uma mão única?
Nossos mundos distintos
Tão vorazes,tão lúcidos...
Não, não! o meu é
                             confuso...
                             nublado...
O seu tem paisagem,
Pôr do sol, camaradagem
O meu mondo tem relento,
                       tem rebento remelento,
Meu mundo tem uma dor
                                      infinda...
E só me equilibro
quando te vejo
E só respiro ar puro
quando sinto seu cheiro...
Oh, ser... divinamente humano!
Te coloco em alturas
                                inatingíveis...
não quero perder o que pouco possuo
ou ter a certeza
que muito já tive se vir a perdê-lo.
Então me acostumo
a tê-lo em meus sonhos
                                   (mesmo acordado)
a ver-te em encontros
                                 cotidianos e corriqueiros.
Melhor ficar mudo
e amá-lo em silêncio!

                                   Jorge Medeiros
                               (à um amor vivido no passado, ou, quiça, num futuro, em outra encarnação futura)