quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Gambiarra Profana e a Poesia na Calçada






No dia 24/09/2010 a Gambiarra Profana promoveu o primeiro Poesia na Calçada no bairro de Nova Aurora em Belford Roxo, RJ. Onde contou com a participação de Fabiano Soares da Silva, Gabriela Boechat, Lenne Butterfly, Arnoldo Pimentel, Márcio Rufino, Cláudia "A Paulistinha", Bom Cabelo, Agnaldo Estrela, Rafael Polemiko Garcia, Lola, Rosilene Ramos, Marcelo Muniz Machado, Craken Icarus, Léo do Pelô, Vinicius Siqueira e Sergio-SalleS-oigerS.

        Este vídeo mostra alguns momentos deste encontro de poetas tendo como tema musical Sérgio Sampaio com sua "Cada lugar na sua coisa".


Lola, percussionista e poetiza.


Arnoldo Pimentel


Márcio Rufino


Rosilene Ramos


Agnaldo Estrela


Gabriela Boechat


Rafael Polêmiko Garcia


Sergio-SalleS-oigerS


Claudia “A Paulistrinha”


Craken Icarus


Bom Cabelo


Lenne Butterfly


Léo do Pelô

Fabiano Soares da Silva


Lugar de Poesia é na Calçada!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ventos na Primavera do Arnoldo Pimentel é Goleada Pura



Eu Fiz Um Gol

                                   Houve um tempo que me dediquei ao futebol, como técnico e também como diretor de escolinha para garotos até 14 anos. No ano de 2001, eu e um amigo professor iniciamos um projeto para ensinar futebol e cidadania para garotos entre doze e quatorze anos, no começo eram 12 garotos e no final em 2006, quando deixamos o projeto com outros amigos, tínhamos cinquenta e oito garotos entre sete e quatorze anos. O professor ficava basicamente com a parte de campo e eu com a organização e um pouco de campo, e todo fim de semana tínhamos treinamento e também partidas amistosas com outros projetos. A parceria entre eu e o professor sempre deu certo, apesar termos visões diferentes em algumas coisas, como o tratamento aos garotos, ele era totalmente profissional, não se envolvendo em nada a não ser ensinar a prática do esporte e cidadania, enquanto eu me envolvia muito com os garotos, procurando saber junto às famílias sobre estudo e comportamento, com isso eles tinham em mim um amigo de todas as horas, e acho que por isso minha parceria com o professor sempre deu certo, pois além de amigos, nos entendíamos perfeitamente dentro do que fazíamos, apesar de opiniões diferentes em alguns pontos.
                            Todo sábado e domingo eu saia de casa com o material, bolas, uniformes, e alguns garotos me acompanhavam, pois residiam por ali, e foi num desses dias que vi na esquina um garoto pequeno, bem pequeno, uma chuteira na mão e um sorriso no rosto e me perguntou se poderia ir, respondi que sim, mas precisaria de uma autorização do responsável, no caso dele o pai, por escrito e assinada e assim ele entrou para o time. Quando chegamos ao clube, os outros garotos logo o chamaram de Romarinho, talvez por ser baixinho, mas assim passou a ser conhecido no projeto. Todas as categorias eram divididas por idade, e Romarinho ficou na categoria dele. Todo fim de semana, quando eu saia de casa por volta das seis da manhã para ir à padaria, lá estava Romarinho, sentado na calçada de sua casa com a chuteira na mão, eu falava que estava cedo, ele falava que já estava pronto e que iria fazer um gol, seu sonho era fazer um gol para o pai ver, mas o pai de Romarinho trabalhava todo fim de semana e não podia ir, mas ele sempre falava hoje vou fazer um gol pro meu pai ver, o pai não ia e o gol também não saia. Como Romarinho era menor e menos experiente, geralmente ficava na reserva, mas sempre entrava, corria, brigava, chutava, mas o gol não saia. Um dia quando eu passava pela rua para ir a padaria pelas seis da manhã e vi Romarinho sentado na calçada de sua casa, senti algo no coração, acho até hoje que foi um toque de Deus, e pensei hoje é o dia, alguma coisa me falava que naquele dia o gol sairia, o gol tão esperado, o gol tão sonhado, tão acreditado. Esperei o pai do garoto sair para o trabalho e fui falar com ele, pedi para ir no jogo, era importante pro menino, e seria na parte da tarde, as 15 horas, era festa de aniversário do projeto e teríamos um projeto amigo convidado, ele falou que tentaria ir. O jogo começou às 15 horas e o pai do Romarinho ainda não havia chegado, mas do campo, no banco de reservas ele olhava todo momento para a arquibancada, esperando ver o pai ali, torcendo por ele, acabou o primeiro tempo, descanso, menino impaciente, com os olhos procurando seu pai, o segundo tempo começou e ele entrou em campo, o jogo corria e lá pela metade do segundo tempo, o pai de do menino entrou no clube, sentou-se na arquibancada e ficou torcendo pelo filho, que do campo o viu na torcida, nessa hora ele começou dar mais ainda de si, as gotas de suor escorriam pelo corpo, tanto que antes do final estava cansado, o professor olhou pra mim e falou que iria substituir o Romarinho, então lhe pedi pela primeira vez, pois o professor tem a responsabilidade, autonomia, e eu jamais interferia no seu trabalho de campo, mas falei com ele, deixe o Romarinho e assim foi feito, o menino ficou em campo. Quando faltavam uns cinco minutos para o final, houve uma roubada de bola no meio do campo, e esta foi passada para o Mateus, ele tinha dois adversários pela frente, poderia passar por eles em direção ao gol, tinha plenas condições disso, mas jogou para a direita e levou até o fundo, lançou para o meio, a bola veio cortando a área, pernas tentando alcançar, em vão, o goleiro mergulhou esticando as mãos, mas não alcançou, foram quando o menino franzino veio correndo pela esquerda, o nome dele, Romarinho, estava ali a sua frente o gol esperado, sonhado, perseguido, o pai levantou-se na arquibancada, pescoços se esticaram, mãos acenaram, todos torcendo, uns contra, outros a favor, e a bola sorrateira como ela, cortava a grama em direção aos pés de Romarinho, ele chegou chutando, naquele momento, houve um silêncio, a bola viajou em direção ao gol, cortando o vento, cortando o tempo, o vácuo entre a alegria e a tristeza, segundos de incerteza, Romarinho olhando com os olhos arregalados e mãos cerradas,  e então a bola balançou as redes, finalmente o gol, perseguido, sonhado, tudo parou, a única imagem que existia era a do garoto franzino correndo para as grades, agarrando-se nas grades, subindo pelas grades como se fosse alcançar o céu, gritando para o pai, eu fiz um gol, eu fiz um gol, eu fiz um gol.


domingo, 19 de setembro de 2010

Fanzines - Coração de Papel

Muito legal esta matéria, cara! Publicada originalmente em 22 de dezembro de 2007. Primeiro por revelar todo o processo de criação de um Fanzine. E segundo pelo Zine que faço parte ser mencionado; a "Gambiarra Profana".
Quero agradecer o salvo à Gambiarra e deixar o endereço do Lacarta Entrelinhas http://lacartaentrelinhas.blogspot.com/2007_12_01_archive.html  e dizer que mesmo com todo avanço tecnológico que acabamos por fim a nos acostumar; não abandonamos as velhas resmas de A4.
No mais, abraços... ...e visite-nos.


Fanzines - Coração de Papel

Vocês sabiam que houve uma época que não havia celular e tínhamos que ir para as ruas sem nenhum tipo de contato com ninguém? No máximo havia o Pager... Lembram? Lembram das fichas dos orelhões? Vocês lembram que antigamente não podíamos fazer cópias piratas de discos de vinil na nossa casa? Tínhamos que economizar nossos cruzeiros e cruzados para comprar o ultimo lançamento do nosso artista preferido? Ou no máximo gravar numa fita Basf? E vc´s lembram que antes dos blogs havia uma coisa chamada fanzine e que quando alguns malucos (isso me inclui) queriam “disseminar” cultura ou algumas ideias peculiares tinham que arrumar folhas de A4, grampeador, tempo, pesquisar textos em livros, criar textos, conhecer pessoas que também tinham textos, criar uma arte (as vezes de gosto duvidoso) e o mais interessante... Essas pessoas tinham que levar esse Frankenstein de papel ao encontro das pessoas... Isso mesmo... Não eram elas que procuravam, nós que tínhamos que ser chatos e oferecer para os outros. Bom gostaria de prestar uma homenagem a todos os fanzines que ganhei e a todos os donos de fanzines que sempre buscaram expandir suas mentes no papel e expandir a mente dos outros pelo mundo afora. Abaixo fotos de alguns fanzines de um “distante pouco tempo”.

Um grande Salve para
SAGARANA (Ângela Nobre)
FOLHA CULTURAL PATAXÓ
POESIA E COMPANHIA (Thiago Mattos, Raquel e Reynaldo).
GAMBIARRA PROFANA
ATITUDE !
CENTRO DE INTERCAMBIO CULTURAL “MARTÍ POPULAR”
CAROÇO
INVASOR
Entre Outros

               Helio Andrade





quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Márcio Rufino em Poesia, Som e Fúria



O Dia Escuro
                                Márcio Rufino

Na manhã estranha
De tardes tacanhas
Saio com o dia escuro
Embaixo de nuvens negras
Entre as luzes ainda acesas.

No infinito ainda o reflexo
Da queda do último relâmpago.
As marcas da tempestade
Que escureceu todo meu âmago.

Nada impede que eu ande
Entre casas sem muros
De mármores escuros.

A ventania soprando mundo afora.
Talvez eu quisesse ter alguém
Do meu lado agora.

Na primeira esquina
Cruzo com o sorriso aberto
De uma criança escura
Que clareia toda a rua
Que esclarece toda dúvida.

Ninguém sabe o que se passa dentro dos aviões,
Dos carros, ônibus e caminhões
Que param e passam,
Que dão passagem e atropelam,
Passam por cima e salvem
E deixam morrer na estrada molhada de chuva.

Nem por dentro da cabeça das pessoas que não sabem
Que o sorriso largo da criança
Perante o dia escuro
É tão contraditório
Quanto o voo da ave de rapina
Pelo céu e mar limpo
Entre o sol mais que vivo.

Dias escuros, noites claras,
Manhãs violentas, tardes lentas.
Amores aflorando, ódios sangrando,
Corpos transando, cabeças rolando.

E o dia escuro cresce.
Assim ele aparece.
Assim ele se determina.
Assim ele domina.

O olhar dos que veem seus filhos
Irem à escola em capas que os protegem da chuva,
Mas não do frio.
O olhar dos adolescentes mortos de tédio.

A perda da vida das cores das tintas.
O triste impulso sem graça do céu cinza.
O fraco aspecto de ternuras sem carícias.
os cruéis detalhes das últimas notícias
Dos jornais, das revistas, nas bancas, livrarias.

A velha que escorrega
Caindo na lama.
Os corpos que batalham
Desejando ainda estar na cama.

Comanda os pensamentos poluídos dos homens do mal
Que guardam o sexo na cabeça e as ideias no pau.
O fundo do coração das moças de mente vazia
Que fazem bebês assim como fazem comida.

A teimosia das aves que não se cansam de voar.
A bravura das árvores que insistem em respirar.

Talvez o mistério da noite venha esconder o medo no olhar.
Mas a realidade é má e tão fácil não irá nos desvencilhar.

E o negro do sorriso da besta
Cobrirá o branco da lua,
Como a urina do bêbado
Escorrendo da calçada para rua.

Se é doce morrer no mar
É amargo morrer no asfalto
Não vale morrer de enfarte
Depois de escapar do assalto.

Nos motéis, os debates de ego
Que se fingem de sexo
Com certeza se acirrarão.
Só que eles nunca saberão
Que nas minhas mãos está a solução
Da limpeza de toda podridão
Que toda mentira possa sujar.

Mas não se percam nas confusas palavras desses versos-pensamentos.
Pois o dia escuro, como um pesadelo,
sucumbirá num só acinte
no despertar do nascer do sol do dia seguinte.


domingo, 5 de setembro de 2010

A Gambiarra Profana se esbarra em 04/09/2010


Sergio-SalleS-oigerS e Gabriela Boechat. Pouco papo e muita prosa.
























Arnoldo Pimentel, Márcio Rufino e a nossa mais nova aquisição: um velho ventilador.












A Gambiarra Profana numa estreita relação.



Olhos atentos e celular-gravador em punho.






Arnoldo Pimentel.




A Gambiarra Profana.



Sergio-SalleS-oigerS.



Transfusão de idéias.



Craken Icarus.



Viação Canela: parte 1.



Viação Canela: parte 2.





Viação Canela: parte 3.



Viação Canela: parte 4.



Márcio Rufino.



Selecionando o repertório no videokê.



Gabriela Boechat solta a voz no videokê.





Gabriela Boechat.



Janis Joplin?



Gabriela Boechat com o coro de Márcio Rufino.




O amor está aqui, ali e em qualquer lugar.



Márcio Rufino com o coro de Gabriela Boechat.



Márcio Rufino: o sedutor.



Márcio Rufino: o romântico.



Sergio-SalleS-oigerS entregue as traças.



Márcio Rufino: o transgressor.



Márcio Rufino: o apoteótico.



Gabriela Boechat em delírio total após ouvir o cantarolar de Márcio Rufino.



Viação Canela: parte 5 - A saga continua.




Viação Canela: parte 6



Viação Canela: parte final... ... por esta noite.